Câncer de bexiga: o que você precisa saber
O câncer de bexiga é um tipo de câncer que começa nas células que revestem a bexiga, o órgão responsável por armazenar a urina. É um dos tipos mais comuns de câncer no Brasil, sendo mais frequente em homens do que em mulheres, e em pessoas acima dos 50 anos de idade.
Neste texto, vamos abordar os principais aspectos do câncer de bexiga, como rastreio, prevenção, sintomas mais comuns, diagnóstico e tratamento. Acompanhe!
Os principais fatores de risco para o câncer de bexiga são:
Tabagismo: o cigarro contém substâncias tóxicas que são eliminadas pela urina e podem causar danos às células da bexiga. O tabagismo é responsável por cerca de metade dos casos de câncer de bexiga.
Exposição ocupacional: algumas profissões envolvem o contato com produtos químicos que podem aumentar o risco de câncer de bexiga, como corantes, pesticidas, arsênico, ciclofosfamida e outros. Os trabalhadores mais expostos são os da indústria têxtil, química, metalúrgica, de couro e borracha.
Histórico familiar: pessoas que têm parentes próximos com câncer de bexiga têm maior probabilidade de desenvolver a doença.
Infecções crônicas: infecções urinárias frequentes ou prolongadas, especialmente causadas por parasitas como a esquistossomose, podem inflamar a bexiga e favorecer o aparecimento de células anormais.

Para prevenir o câncer de bexiga, as principais medidas são:
Parar de fumar: essa é a forma mais eficaz de reduzir o risco de câncer de bexiga e de outros tipos de câncer.
Evitar ou reduzir a exposição a agentes químicos: usar equipamentos de proteção individual no trabalho e seguir as normas de segurança são essenciais para evitar o contato com substâncias nocivas à saúde.
Beber bastante água: ingerir líquidos ajuda a diluir a urina e a eliminar as toxinas do organismo, diminuindo a concentração dessas substâncias na bexiga.
Não há um exame específico para rastrear o câncer de bexiga na população geral. No entanto, pessoas que têm alto risco para a doença devem consultar um urologista regularmente e realizar exames como urina, ultrassom ou cistoscopia (um exame que permite visualizar o interior da bexiga com uma câmera).
Sintomas mais comuns
Os sintomas do câncer de bexiga podem variar conforme o tamanho e a localização do tumor. Os mais comuns são:
Sangue na urina: é o sinal mais frequente e pode ser visível a olho nu ou detectado apenas em exames laboratoriais. O sangue na urina pode aparecer em pequena ou grande quantidade, intermitente ou constante, e pode estar associado ou não a dor.
Dor ou ardência ao urinar: pode indicar uma inflamação ou infecção na bexiga causada pelo tumor.
Aumento da frequência ou urgência urinária: pode ocorrer quando o tumor comprime ou irrita a bexiga, fazendo com que a pessoa sinta vontade de urinar mais vezes ou com mais urgência do que o normal.
Incontinência urinária: é a perda involuntária de urina e pode acontecer quando o tumor afeta os músculos ou nervos responsáveis pelo controle da micção.
Dor na região inferior do abdômen: pode ser causada pela obstrução do fluxo urinário pelo tumor ou pela invasão do tumor em outros órgãos próximos à bexiga.
Fadiga, falta de apetite e perda de peso não intencional: são sintomas gerais que podem ocorrer em casos avançados de câncer.

É importante ressaltar que esses sintomas não são exclusivos do câncer de bexiga e podem estar relacionados a outras condições benignas do sistema urinário, como infecções, pedras nos rins ou problemas na próstata. Por isso, é fundamental procurar um médico ao notar qualquer alteração na urina ou na micção.
Diagnóstico
O diagnóstico do câncer de bexiga é feito por um médico urologista, que irá avaliar os sintomas e realizar um exame físico. Além disso, serão solicitados alguns exames complementares para confirmar a presença do tumor e determinar sua extensão.
Os principais exames para diagnosticar o câncer de bexiga são:
Exame de urina: serve para detectar sangue ou células anormais na urina. Pode ser solicitado também uma cultura da urina para identificar possíveis agentes infecciosos.
Ultrassom das vias urinárias: é um exame que usa ondas sonoras para produzir imagens dos órgãos internos. Permite visualizar a presença e o tamanho do tumor na bexiga e verificar se há envolvimento dos rins ou ureteres (os canais que levam a urina dos rins à bexiga).
Tomografia computadorizada ou ressonância magnética: são exames que usam raios X ou campos magnéticos para obter imagens detalhadas dos órgãos internos. Permitem avaliar melhor a extensão do tumor na bexiga e em outros órgãos próximos ou distantes (como linfonodos, fígado, pulmões etc.).
Cistoscopia: é um exame que consiste na introdução de um tubo fino com uma câmera pela uretra até a bexiga. Permite observar diretamente o interior da bexiga e identificar possíveis lesões suspeitas. Durante a cistoscopia também pode ser realizada uma biópsia (retirada de um fragmento do tecido) para análise microscópica.
Após confirmar o diagnóstico do câncer de bexiga por meio da biópsia, o médico irá classificar o tumor conforme seu grau (baixo ou alto). Quanto menor o grau, mais parecidas são as células e menor é a agressividade do tumor. O estágio indica quão profundo é o tumor na parede da bexiga e se há disseminação para outros órgãos.
Essas informações são importantes para definir o prognóstico (chance de cura) e o tratamento mais adequado para cada caso.
Tratamento
O tratamento do câncer de bexiga depende do tipo, grau e estágio do tumor, bem como das condições clínicas e preferências do paciente. O objetivo é remover ou eliminar as células cancerígenas e evitar que elas voltem a crescer.
A Cirurgia é o principal tratamento para o câncer de bexiga e consiste na retirada total ou parcial da bexiga (cistectomia) ou apenas das lesões superficiais (ressecção transuretral). A cirurgia pode ser realizada por via aberta (com corte no abdômen) ou por via laparoscópica (com pequenas incisões).
O tratamento do câncer de bexiga deve ser individualizado e definido pelo médico em conjunto com o paciente, levando em conta os benefícios e riscos de cada opção terapêutica, bem como seus possíveis efeitos colaterais. O objetivo do tratamento é eliminar o tumor, preservar a função da bexiga e melhorar a qualidade de vida do paciente.